sábado, setembro 02, 2006

Carroll e seu mundo de maravilhas


Um lado vai fazê-la crescer e outro irá fazê-la diminuir, pergunte à Alice, quando ela tiver dois metros e meio de altura
E se você resolver seguir coelhos, você irá cair, e irá encontrar uma lagarta azul fumando marguilé que te dará um conselho, pergunte para Alice, quanto ela estiver com apenas oito centímetro de altura
E quando os homens do tabuleiro de xadrêz levantarem pra te dizer onde ir e você comer um cogumelo que altere a sua mente, pergunte para Alice, eu acho que ela vai saber
Quando a lógica e a proporção não existirem mais, o Cavaleiro Branco falar ao contrário e a Rainha de Copas "cortem-lhe a cabeça", se lembre do que o Leirão disse:
"Alimente sua mente"


adaptado de White Rabbit, do Jefferson Airplane

Alice no país das maravilhas (1865) não é uma obra rica por apresentar uma linguagem muito bem elaborada ou alguma importante moral, como diria a Duquesa. A começar pelo coelho branco apressado que leva a protagonista a entrar em Wonderland, passando pelos mais curiosos e incoerentes como o gato sorridente e a falsa tartaruga, que era uma tartaruga de verdade, cada personagem mostra uma peculiaridade que faz do livro obra prima do nonsense. A jovem, que estava entediada da forma com que as coisas aconteciam no mundo real se depara com uma realidade onde a lógica simplesmente inexiste. Lewis Carroll, matemático, lógico, fotógrafo, escritor e inglês, convida o leitor a refletir se é relamente necessário que as coisas façam algum sentido. Várias analogias e análises psicológicas podem ser feitas a partir da história, mas isso já vai da mente nubígena de cada um.

Through the Looking Glass (1871) é uma continuação da aventura, mas ainda não achei uma versão traduzida. Se alguém tiver, me dê uma luz. Pelo que li, Alice atravessa o espelho e encontra um mundo onde tudo é invertido. A nova história se passa em um tabuleiro de xadrês, onde o objetivo da garota é chegar a última casa para tornar-se rainha.

Vale a pena conferir as ilustrações baseadas na obra. Destaque para as de Arthur Rackham e A. E. Jackson.

Versão traduzida de Alice no país das maravilhas: http://www.alfredo-braga.pro.br/biblioteca/alice.html

Versão em inglês de Alice no país das maravilhas e Através do espelho, e também versão comentada, conta com ilustrações originais de John Tenniel: http://www.sabian.org/alice.htm

Ilustrações: http://www.exit109.com/~dnn/alice

Interpretação um tanto medonha do capítulo 9: http://www.youtube.com/watch?v=TvcCY1dbWvs


E o vídeo mais decente que achei no youtube:


A propósito, alguém sabe por que um corvo se parece com uma escrivaninha?

6 comentários:

Anônimo disse...

É assim que as crianças se iniciam no mundo das drogas. No homosexualismo é com os teletubbies. Massa o post, continuem assim.

disse...

hahaha, o Marco so fala nos teletubbies...
Enfim, realmente, otimo post. Tinha ate esquecido como essa historinha foi importante pra mim. Meu pai comprou o desenho em fita cassete quando eu era menor, assistia direto.

Nao que o Harrison queria aparecer com o Beatles, mas sendo um membro da banda deveria ter espaco nela, nao acha? Principalmente sendo a guitarra solo. E nao me supriendo se ele tentou transar com uma mulher na escrusao... Ele eh um homen, preciso dizer mais? :X haha
se vc quer dizer sobre a musica Sexy Sadie, que eles escreveram quando foram pra India, nao eh sobre o Harrison nao. A musica foi feita pra uma mulher que seduziu um monge... hahaha

beijos!

Anônimo disse...

Pearí que eu vou chamar um amigo meu que entende de Lewis Carrol..


Zaratuuuuuustra!
Chegue aí véio, e conte uma histórinha pra nós, sobre o Atravez do Espelho...

maravilha de post.

Sujeito da camisa listrada disse...

Sobre desenhos em fita: livros são sempre melhores. É difícil algum desses desenhos (o mais famoso é o da Disney, claro)ou outras releituras captarem a verdadeira essência da obra.

Anônimo disse...

vou cortar o cabelo igual o do valete ali aisuhdiahsdhu

Zaratustra disse...

Através dos espelhos (inclusive eu o tenho) tem duas traduções pro portugues uma Através dos espelhos e sua reedição em português: Alice através dos espelhos. Tenho a mais velha, raridade em sebos. É uma obra mais densa que alice no paiz das maravilhas. E nunca entendi porque essas obras foram adaptadas para contos infantis, não há nada de infantil nelas.

Reza a lenda que carroll escreveu esses livros em auras de enxaqueca, ele não usava drogas, a não ser pra tentar livrar-se das terríveis dores de cabeça. Mas a aura de enxaqueca provoca distorções, enxergar coisas grandes/pequenas, apenas partes de objetos (cabeça do gato voando) ou ter medo de coisas estranhas como um baralho.

E ele descreve bem isso. E a psicodelia dos anos 60 adaptou-o como membro dos linsérgicos que viam tudo diferente.

maravilha de blog!